Alguém disse certa vez “o que me preocupa não é o grito dos ruins, mas sim o silêncio dos bons”, e é exatamente isso que está acontecendo no Brasil, pois vivemos num país em que as pessoas de bem são sufocadas por todos.
As pessoas de bem pagam impostos, chegam a perder 70% da renda com isso, e se precisam de qualquer coisa tem que pagar caro, pois o fornecido pelo Estado serve somente para enrolar e dizer que algo está sendo feito.
Por exemplo, se o cidadão de bem precisa de educação tem que pagar, pois as escolas públicas são um lixo sucateado, quase uma fábrica de pessoas pré-moldadas a continuar aceitando os desmandos de nossos governantes e alimentados pela mesma política do Pão e Circo, que era o segredo dos imperadores romanos e faz muito sucesso até nossos dias.
Se estes mesmos cidadão precisam de saúde, tem que pagar altíssimos valores para os planos de saúde, pois a saúde pública, ou melhor, a “doença” pública não salva ninguém. Se é necessária uma cirurgia, o SUS espera até anos para liberar, na esperança que a pessoa morra e sobre mais uma verbinha para desviar. Se é necessário um tratamento mais complicado, o SUS sempre dá um jeito de falar que é necessário esperar na fila, pois a verba é pouca, ou porque o hospital está com superlotação. Com isso, só resta a alternativa de apelar para os planos de saúde, que servem somente para arrecadar e sempre dão um jeito de se desvencilhar quando os cidadãos precisam de tratamentos médicos.
Se estes cidadãos de bem, que já pagaram tudo o que se possa imaginar e não receberam nem saúde e nem educação pelos impostos pagos, precisam de transporte, eles são obrigados a esperar horas em pontos de ônibus, e se apertar muito para conseguir transporte “público”, e quando conseguem, ficam espremidos como animais indo para matadouros e levam 2 a 3 vezes mais tempo do que levariam se fizessem o mesmo percurso de carro.. Quando isso acontece, só resta ao cidadão de bem comprar um carro e começar a utilizá-lo ao invés do transporte público, também conhecido como “transpobre”, e quando consegue comprar o seu carro, tem que pagar pesados impostos como IPVA, Seguro obrigatório, Licenciamento, além de ter que desviar da indústria das multas de trânsito, pagar pedágios quando consegue viajar e uma das maiores taxas de impostos do mundo embutida nos combustíveis, o que é estranho sendo que o Brasil é alto-suficiente na produção de petróleo e um dos precursores na produção de álcool no mundo.
Agora, se estes mesmos cidadãos de bem que foram humilhados quando tentaram conseguir saúde, educação e transporte são roubados, assaltados, mortos, estuprados, etc.. precisam, de ajuda da polícia para resolver os seus crimes, se deparam com um sistema que premia os infratores e penaliza as pessoas lesionadas pela criminalidade, pois o Brasil está infestado pelos chamados “defensores dos direitos humanos” que defendem com a própria vida estupradores, assassinos, ladrões, e outros da mesma espécie. E o mais incrível é que as pessoas merecedoras de proteção dos direitos humanos são sempre as que cometem os crimes atentando contra os direitos dos outros.
Mas voltando para o assunto da segurança, se você quer realmente se sentir seguro, compre um carro blindado, contrate vários seguranças particulares, proteja a sua casa de todas as formas e ande sempre com coletes à prova de balas, pois se precisar da polícia, com certeza não terá apoio algum, a não ser que morra, pois quando isso acontece a polícia sempre comparece para juntar o corpo. Não culpo os policiais por isso, pois admiro muito o trabalho a que eles se submetem, mas culpo sim, o sistema que não dá condições adequadas para que eles exerçam bem a sua profissão. E o mais engraçado é que o sistema que não dá estas condições é o mesmo que recebe mais de 70% do nosso salário em impostos e não nos devolve nada deste dinheiro.
Sei que é um desabafo, mas a cada dia que passa sinto mais “vergonha de ser brasileiro”, vergonha de morar num país de pessoas medrosas que não têm a menor vontade de fazer nada e se satisfazem facilmente com qualquer oferta de “pão e circo” prestada pelos nossos péssimos governantes.
Também sei que isso é fruto de controle de diversas gerações domadas pelo autoritarismo histórico e atualmente pela mídia que sustenta o nosso pseudo-governo e a escravidão a que todo brasileiro está destinado a viver e a morrer.
Infelizmente não vejo futuro para o Brasil, pois as classes sociais e as desigualdades da população continuarão a crescer indiscriminadamente até que a exploração seja de tal forma insustentável que todo o sistema entrará em colapso, e quem sabe, o Brasil deixe de ser este paraíso da manipulação em massa que se tornou.
Aos defensores do “fantástico” crescimento econômico que o Brasil passou nos últimos anos, pergunto:
1) Quanto vocês ganharam com todo este “crescimento” do Brasil?
2) Quanto de impostos vocês pagaram a menos pelo espanto “crescimento do país nos últimos anos”?
3) Qual foi a melhora da educação do país? Falo melhora, não no aumento da quantidade de anos que as crianças passam na escola sem ter uma melhora real no aprendizado.
4) Quanto a saúde melhorou no Brasil na última década?
5) Quanto aumentou a segurança no país nos últimos 20 anos? Você sente-se mais seguro?
6) Quanto melhorou o transporte público em sua cidade? Eu sou de Curitiba, considerada modelo na educação do Brasil e um trajeto em que eu levava 1 hora para fazer em 2009 de ônibus, em 2011 eu levo 2 horas.
Me desculpem os defensores de que o Brasil é um bom lugar para se morar, mas infelizmente eu não vejo o país com os mesmos olhos que vocês, provavelmente porque não dou a mínima para a mídia e tento ver tudo com um olhar crítico.
Sei que irão me criticar muito pelo que escrevi, mas me provem que estou errado e mudo de opinião, se não me provarem, deixarei o país assim que conseguir me manter noutro lugar.
Pelos motivos apontados acima e por diversos outros, acredito que o Brasil não tem salvação, ou pelo menos a grande maioria da população do Brasil não tem salvação a não ser a de ser mantida refém de nossos governantes, sem saúde, educação, transporte e segurança pública adequados e pagando além de todos os impostos por todos estes serviços, já que não recebem nada do Estado brasileiro.
W. Navarro
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